Um singelo espaço de reflexão pessoal. Lugar de afectos, espiritualidade e outras coisas da vida.

26
Nov 99

 

Desde a fundação das Conferências de S. Vicente de Paulo, foi notória a preocupação de Frederico Ozanam, em conservar o seu carácter original, recusando que as mesmas se tornassem “um partido, uma escola, uma confraria”.
Exigia que fossem “profundamente católicas, sem deixarem de ser laicas”.
Algum tempo antes de morrer, tendo posto a sua vida, como dizia, ao serviço dos estudantes e dos pobres, pronunciou esta frase anunciadora de uma nova forma de proceder dentro da família de Deus: “Apressai-vos para o encontro sagrado em que o leigo se encontra associado ao padre, na obra da redenção universal”.
Frederico temia que as Conferências se transformassem numa instituição filosófica e burocrática, em que o coração pouco contasse.
Insistia na caridade entre os seus membros, na amizade pelos pobres, nas virtudes de resignação e coragem, advertindo que o farisaísmo se insinua sub-repticiamente, nos gestos e comportamentos de muitos cristãos, pelo que urge agir com humildade, não só individual, como sobretudo colectiva.
Em carta endereçada à menina Soulacroix que viria a ser sua esposa, Ozanam refere que “Deus se compraz em abençoar o humilde”.
Corria o ano de 1848, tempo de reivindicações, em que a assistência gratuita aos pobres e à escola, pilares em que assentava a acção das Conferências, era combatida em nome da política, havendo muitos cristãos que levaram a paixão pela política ao ponto de esquecerem a caridade.
Ozanam, vindo em defesa da sua obra, sublinha que “a política só tem em conta a justiça e, como a espada, que a simboliza, fere, corta e divide. Pelo contrário, a caridade tem em conta as fraquezas: cicatriza, reconcilia, une, e esta coisa eterna é também soberanamente progressiva, pois tem como próprio, não se contentar com nenhum progresso, não encontrar descanso, enquanto houver um mal sem remédio”.
publicado por aosabordapena às 18:21

20
Nov 99

 

 

 

Terminamos neste mês a série de apontamentos subordinados ao tema, “Preparação para o Jubileu do Ano 2000”, sendo a sua finalidade contribuir, embora modestamente, para que esta caminhada iniciada há um ano, fosse uma caminhada de reconciliação com Deus, connosco próprios e com o nosso próximo.

Neste caminhar difícil e incómodo, não podemos prescindir da ajuda e do exemplo de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.

No mistério da maternidade de Maria, na intimidade com seu filho Jesus, Maria descobre Deus como Pai, de Quem é a filha predilecta e diante de Quem achou graça.

Por Maria, apoiados no seu regaço maternal, somos convidados a regressar à Casa do Pai, “fazendo tudo o que Ele vos disser”.

Aos pés da Cruz, Jesus confiou-nos ternamente aos braços acolhedores de Maria: “Mulher, eis aí o teu filho”, “Eis aí a tua Mãe”.

Assim, nada tendo a temer, neste fim de ano, limiar de um novo século e de um novo milénio, somos incitados a ir “com alegria ao encontro do Senhor”.

Este convite ser-nos-á renovado, na noite de Natal deste ano, altura em que terá início o grande Jubileu do ano 2000.

Procuremos, pois, juntamente com os pastores de Belém e com os Magos do Oriente, ir ao encontro de Deus – Pai, por intermédio de Jesus – Menino, inspirados pelo Espírito Santo e conduzidos por Maria Santíssima.

E nesta alegria do encontro, dar-nos-emos conta de que O encontrámos, porque Ele também veio ao nosso encontro. Fê-lo como o pai da parábola do filho pródigo, porque é rico em misericórdia, sempre pronto a perdoar.

Porém não devemos ir sozinhos ao encontro do Pai. Acompanhados por Maria Mãe de todos os homens, devemos fazer-nos acompanhar por todos quantos pertencem à “família de Deus”, especialmente por aqueles nossos irmãos que vivem pobres e marginalizados, cujos rostos se encontram sulcados pela amargura e solidão.

Que o Ano Santo da Encarnação que se aproxima, seja proveitoso para todos e o início duma nova etapa no amor a Deus e ao próximo, e um hino de louvor e acção de graças a Deus – Pai que nos concedeu em Cristo a graça de sermos “concidadãos dos santos e membros da família de Deus”.

 

 


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