(Wadi Kharar, nas margens do Rio Jordão.
Pensa-se ter sido neste local onde S. João
Baptista baptizou Jesus)
O mundo em que, por dom divino, nos é dado hoje viver, é um mundo em rápida e constante transformação, globalizado, altamente competitivo, que não se compadece com aqueles que não conseguem acompanhar o ritmo alucinante imposto pela concorrência desenfreada, pelo apelo ao consumo, pela procura do sucesso a qualquer preço.
É um mundo técnica e cientificamente avançado, mas infeliz, em que as pessoas vivem durante mais tempo, têm mais qualidade de vida, mas que, simultaneamente é gerador de guerras, de milhões de pobres, de um número incontável de deslocados e refugiados.
É um mundo cruel que destrói inúmeros excedentes alimentares quando há tanta gente com fome. É um mundo inseguro, onde o terrorismo grassa, as atrocidades se sucedem e o desrespeito pela vida humana, com especial referência pela vida das crianças, atinge limites inimagináveis.
Em termos de valores morais e comportamentais, assiste-se a uma crescente degradação e a uma indiferença religiosa assustadora.
O homem julga poder prescindir do Criador, por isso esquece-se de Deus, o qual continua, na Sua infinita misericórdia, a fazer brotar a vida em todas as suas vertentes e latitudes, apesar da insensatez humana.
Perante este quadro negro, o cursista não pode atemorizar-se e refugiar-se no seu pequeno núcleo familiar, no seu restrito grupo de amigos, no seu grupo de ultreia. Precisa saber olhar o mundo para mais saber sobre Deus e poder influir pela oração, pela acção e pelo testemunho na sociedade, com vista a minorar as agruras em que vivem os homens seus irmãos. Como seres eminentemente sociais que somos, seres de relação e co-responsáveis pelos que caminham connosco, dependentes do trabalho e da vida de outros irmãos, do seu modo de ser e de estar, é o cursista desafiado a destruir o próprio egoísmo e a lutar por uma sociedade mais solidária, mais caritativa e mais feliz.
O mundo anda cansado de tantas ilusões, de tantas promessas e falsas expectativas. Cansado de esperar. É pois urgente que o cursista decida actuar e participar na história humana do dia a dia, como cristão autêntico, que deseja o melhor para a Humanidade e cujo sonho seja a paz, a derrota da fome e da solidão, a fraternidade universal, a adesão de todos os homens à Boa Nova de Jesus Ressuscitado, cuja obra redentora pretende a salvação de todos os homens e da qual o cursista deve ser obreiro empenhado.
Cabe-lhe ainda, de igual forma, contribuir por todos os meios ao seu alcance, para o crescimento duma consciência moral e social, de modo que, todos e cada um dêem as mãos, e unidos caminhem já neste mundo, gozando da felicidade que Deus Criador quer participada por todos os seres humanos.
E então Deus, olhando ternamente do “Seu condomínio celestial”, ficará “satisfeito” com o trabalho desenvolvido pelos cursistas em todo o mundo; verá que o mundo aqui e além se encontra salpicado de oásis de felicidade, fruto do “sal e fermento” cursistas; e como nas origens, apesar da fragilidade humana, «vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa». (Gn 1, 31). E o Senhor continuará a «percorrer o jardim pela brisa da tarde», (Gn 3,8), na certeza de que a missão do Filho Redentor tem nos cursistas, os seus melhores continuadores.