Um singelo espaço de reflexão pessoal. Lugar de afectos, espiritualidade e outras coisas da vida.

09
Set 02

 

Amanheceu cinzento o dia 9 de Setembro, facto de que, em regra, não desgosto.

Contudo, hoje, a minha alma encontra-se envolta num manto de pesar. Acabo de me despedir do Júlio, na Igreja da Misericórdia. A sua breve passagem pela pátria terrena, 54 anos, torna a situação mais dolorosa e deixa-me perplexo.

No sótão das minhas recordações, revejo outros companheiros de trabalho que, precocemente, o Senhor quis agregar ao Reino da Luz.

Senhor, os Vossos desígnios a nosso respeito são insondáveis!

Neste turbilhão de pensamentos em que rodopio, o meu coração eleva-se até Vós, Senhor, centro de gravidade da nossa vida, nosso destino final.

E sinto uma vontade imensa de “mergulhar as mãos no barro da vida e daí desentranhar o Reino de Jesus, e depois erguê-las ao Céu”, para que um dia antes possa dizer «bem fiz eu», do que «se eu soubera», teria procedido doutra forma.

Senhor da História, nas tuas mãos, está a chave da vida e da morte.

O Júlio acabou o seu combate. Resta-lhe o silêncio e a paz. Para nós, que sentidamente lamentamos a sua partida, o gongo continua a soar, chamando-nos ao próximo combate. Até quando?

Levanto-me. Um último olhar.

No meu silêncio, tudo é silêncio e ausência. Onde estais, Senhor?

Na escuridão da minha fé, sinto frio, tudo me amedronta.

A luz da minha lâmpada, apesar de bruxuleante, procura seguir os Vossos passos. Cobre-me, Senhor, com a Tua Presença. “Tu és o meu Lar e a minha Pátria. Em Ti quero repousar, no final do combate”.

 

 

 


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