(Jordânia- Monte Nebo)
Desde tempos imemoriais que o homem, na sua labuta diária, tenta a explicação daquilo que não compreende, do inacessível, recorrendo ao sobrenatural.
Desde igual forma, dada a sua fragilidade, nos momentos de incerteza e dor, dúvida e ansiedade, não hesita, valendo-se da sua crença, em pedir a intervenção de Deus.
Para o cristão, não é difícil sacralizar todos os momentos da sua vida e empenhar-se em vivê-la com sentido, tendo como prioridade o encontro com Deus.
Jesus, logo no início da sua vida, expressa tal prioridade, aquando do seu encontro no templo, junto dos doutores, respondendo a seus pais: “Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai? (Lc 2, 49)”.
Hierarquizar valores, manter as referências morais e éticas, descobrir o valor do mundo em que vivemos, sem o despojar da envolvente sagrada, é o caminho certo para descobrirmos a presença de Deus em nós e nos outros, e em todos os momentos da vida.
O mundo sem Deus é “informe e vazio”. O homem sem Deus não tem perspectivas, torna-se fútil e não aprecia a sua condição humana, já que a vive como uma fatalidade, a que não se pode subtrair.
O Cristianismo é a religião da esperança. Esperança numa vida nova – a vida eterna.
Neste ano, fim de milénio, procuremos viver de acordo com a lei de Deus, para que, enquanto esta vida efémera durar, possamos, já que “somos cidadãos do céu”, aplanar o caminho e preparar-nos para a grande viagem.
Procuremos fazer da vida um permanente período de Advento, tempo de preparação, não só para o Natal, como também, para o encontro definitivo com Aquele “que é, que era e que há-de vir” (Ap 1, 4).
Deus espera-nos. Crer na ressurreição da carne e na vida eterna, confere à nossa existência um rumo preciso e elimina a perspectiva sombria de apenas vivermos para a morte.