O Ano Santo da Encarnação terá a sua abertura na missa da Noite de Natal (24/12/1999) e o seu encerramento será na festa da Epifania no ano 2001 (06/01/2001).
O Ano Santo, que na linguagem canónica se chama Jubileu, consistia, na tradição bíblica, num ano de vida especial.
Assim, conforme o livro do Levítico, 25, 8 e ss, era proclamada no país a liberdade de todos, cada um recuperava a sua propriedade e esta voltava para a sua família. O trabalho normal do dia a dia não se efectuava. Havia o compromisso de não prejudicar os outros e o dever de proteger o irmão decaído e empobrecido, mesmo que ele fosse um estrangeiro ou peregrino. As dívidas eram perdoadas.
O Jubileu era pois, uma instituição de grande valor social. No ano jubilar, deviam ser libertos os presos e os escravos e certos bens imóveis deviam voltar ao primeiro dono, evitando-se assim a acumulação nas mãos de um pequeno número de indivíduos.
Na história da Igreja o jubileu foi instituído pelo Papa Bonifácio VIII, mas com fins puramente espirituais, no ano de 1300. Eram então obrigatórias visitas às Basílicas de S. Pedro e S. Paulo e era celebrado de cem em cem anos.
Em 1475, o Papa Sisto IV determinou que o Ano Santo se celebrasse de 25 em 25 anos, desde a festa de Natal até igual festa do ano seguinte.
O Ano Santo de 2000, cuja celebração constitui para nós uma generosa dádiva do Senhor, é um “ano de graça” e um “ano de misericórdia” no qual somos chamados a acolher a sua Boa Nova e a converter-nos a Deus.
Procuremos pois vivê-lo intensamente, reconciliando-nos com Deus, que na sua infinita misericórdia, pôs à nossa disposição o dom da indulgência. Pela indulgência, é concedida ao pecador arrependido, a remissão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa.
Não desperdicemos pois esta graça especial que Deus nos deu e, recordemos com mais intensidade durante este Ano Jubilar, os pobres e os marginalizados, contribuindo objectivamente e com generosidade para que eles, símbolo de Cristo vivo na terra, vivam este ano com mais conforto.
Que o espírito natalício e solidário que neste especialmente nos envolve se prolongue ao longo deste Ano Santo, são os votos que formulamos.