São Pedro do Estoril. Hoje fui á praia com a minha neta Adriana. O dia estava sombrio e a chuva ameaçava. Porém, por volta das 10h, o tempo tornou-se mais ameno o que facilitou umas horas de repouso, porque tomar banho era impossível já que as ondas estavam alterosas. A bandeira vermelha assim o assinalava.
Este facto permitiu uma observação mais atenta do que se passou nesta manhã enevoada. Apesar de tudo, o areal era um mar de gente. Crianças com os seus bonés garridos tornavam o ambiente agradável. As suas brincadeiras, os seus risos, os seus choros, as suas trapalhices eram motivo de observação. Havia, entre outras, crianças da Escola 31 de Janeiro da Parede; da creche e infantário "A Curiosidade" de Idanha-a-Velha(sugestivo nome o desta instituição), da Colónia de férias do "Século". Uns brincavam á bola, outros lutavam contra o mar evitando que a àgua destruisse as suas pirâmides e fortalezas de areia reforçando-as com montes de areia.
Abrigadas junto a um muro, um grupo de idosas cantava alegremente melodias dos seus tempos de jovens.É o relembrar da meninice, a derrota da solidão, a afirmação de que ainda existem.
Ao longo da praia deambulavam elementos da Assoçiação "Criar afectos" ostentando as suas camisolas alaranjadas contendo além da sua identificação,o slogan "Eu fui à praia".
Criar afectos, uma necessidade urgente dos dias que correm. Contra ventos e marés é imperioso criar afectos que amenizem as relações pessoais e as relações colectivas.
Foi uma manhã diferente que passei com a minha neta. Amanhã há mais.