(Monte Nebo,na Jordânia, local, segundo a
Tradição, donde Moisés avistou a Terra Prometida)
O terceiro ano de preparação do grande Jubileu impõe que olhemos o mundo, a grande aldeia global, com redobrado espírito de solidariedade, dispostos a perdoar, contribuindo assim para uma civilização onde impere o amor.
O mundo já não se divide entre bons e maus, mas entre “peregrinos” que, apesar da dureza da caminhada e das quedas nos precipícios, se levantam com humildade e força para ultrapassar os próximos obstáculos, e aqueles que se refugiam, exclusivamente, na sombra de ídolos enganadores, como o dinheiro, o poder e o sucesso, que, ilusoriamente, enchem a vida de grandes nadas.
Sem amor, atento o seu carácter universalista e multiforme, o homem não se realiza na sua plenitude.
Não é a política, o progresso da técnica ou das ciências que lhe podem dar a felicidade.
Pode parecer utopia propor, nesta sociedade consumista, caminhos de renúncia e humanização.
Contudo, preparar o Jubileu é abandonar tudo aquilo que nos impede de amar e de nos deixarmos amar; é pormo-nos em estado de alerta e de responsabilização, em todos os domínios: na ecologia, na ética, na família, no trabalho, não para fugir ou negar o mundo, mas para caminhar com ele, de forma criativa, inventando novos circuitos de solidariedade, de justiça e de esperança; é, nesta sociedade que pretendemos mais justa, mais humana e mais digna de homens que são irmãos, ser um agente de transformação e não um sujeito massificado que vai com os outros e para onde os outros o empurram; é neste ano do Pai, anunciar o mistério de Deus, o Seu amor pelos homens, manifestado em Jesus Cristo.
É falar de Deus às pessoas, aos homens e mulheres nossos companheiros de viagem, através do testemunho da oração e da caridade evangélica.
É, nesta “idade da melancolia”, perscrutar horizontes de esperança onde o egoísmo e a mediocridade serão derrotados pelo amor e pela inteligência.