Celebra-se a 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente. A doença e o sofrimento fazem parte da nossa condição humana.
Após a desobediência de Adão e Eva à ordem de Deus, acerca da não utilização “do fruto proibido da árvore da ciência do bem e do mal”, consumou-se a ruptura com esse Deus, tão solícito e generoso com o homem. “Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra donde foste tirado; porque tu és pó e em pó te hás-de tornar”, sentenciou o Senhor.
Dirigindo-se também a Eva, disse: “Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, os teus filhos hão-de nascer entre dores”.
A Humanidade é assim condenada à dor, ao sofrimento, à morte.
Por isso, mais tarde ou mais cedo, também nós provaremos desse cálice amargo que a vida, por certo, não se esquecerá de nos oferecer.
Importa, pois, reflectir sobre a doença e o sofrimento físico ou psicológico, inerentes à natureza humana, e mudar, caso seja necessário, a perspectiva através da qual a encaramos.
A doença, ao contrário de fatalidade, azar, pouca sorte, deve ser entendida e aceite como um cadinho que Deus põe à nossa disposição para nos dar a possibilidade de purificar as nossas faltas.
É um obstáculo que Deus coloca no nosso peregrinar. Saber ultrapassá-lo, transformando-o em fonte de Redenção, é um desafio que se coloca a todos os homens.
Conviver com a dor cristãmente, não é só procurar uma resposta para ela. É encará-la resignadamente, percorrer o caminho penoso que a mesma traça, com coragem e determinação, como meio de salvação que é.
Através da sua oblação, como sacrifício a Deus, por meio de Jesus Sofredor, tornamo-nos, na condição simultânea de sacerdote e oferenda, agradáveis aos olhos de Deus, participantes activos e parte integrante do plano de salvação de Jesus, que padeceu e morreu, por causa dos nossos pecados, para nos salvar.
Que todos aqueles que sofrem, encontrem um lenitivo para as suas dores, tomando, também, como exemplo Maria, a Mãe Dolorosa, que sofreu com resignação, as injúrias e o desprezo a que o seu divino Filho foi votado; que acompanhou, amargurada, os maus-tratos que lhe infligiram; que recebeu, com angústia, a notícia da sua condenação à morte; que assistiu lacrimante, ao seu último suspiro na Cruz.
Que as suas lágrimas de Mãe sarem as feridas e mitiguem as dores de todos os seus filhos que, nesta hora, sofrem, unidos a Cristo Redentor.