Hoje o Senhor
Desceu à cidade.
As ruas pejadas de gente
Sentem-se alegres,
Porque desfrutadas
Como não acontece diariamente.
O Senhor
Veio visitar o Seu povo,
A todos abençoar
Com a doçura do Seu terno olhar:
Aos que O seguem,
Aos que O repelem,
Aos que vieram ver a procissão
E as crianças da Primeira Comunhão.
Aos que ficam calados
E à beira do caminho parados.
Aos que O contemplam
Das janelas,
Aos indiferentes,
Aos que não têm fé,
Aos que animadamente
Conversam e riem
À mesa do café.
Mas Tu, Senhor, passas.
Talvez seja a última vez
Que Te vemos na cidade.
Ficas alegre, triste, desiludido
Mas continuas a amar
Amar infinitamente
A quem nada tem para dar.
São horas, Senhor,
De regressar.
Aumenta a nossa fé,
Dissipa a nossa inquietação,
Fala-nos ao coração
E ao coração de todo o homem
Que desconhece
Que Vós sois
O arco iris da esperança,
A suprema felicidade,
A fidelidade da eterna aliança.
A noite cai.
A cidade vai ficar
Novamente deserta.
“A quem iremos nós Senhor?
Só Tu tens palavras de vida eterna”.
(Jo 6, 68)