O dia vai longo.
A mente está cansada
E o corpo extenuado reclama repouso
E algum cuidado.
Uma estranha sensação de dormência,
Alastra suavemente,
Invadindo pernas e braços.
Os olhos cansados,
Piscam compassadamente
E abandonam-se sem temor
A um sono apaziguador.
Mas o cérebro, imparável, avassalador,
Faz reviver o sonho mirabolante
Dum menino feito homem
Que queria ser aviador.
Na etérea penumbra
O avião sobe, sobe sem parar.
O tempo escasseia.
A escuridão é completa.
Onde vou aterrar?
E o menino, homem cansado,
Aterrorizado,
Acorda ofegante.
São horas de ir trabalhar
Poema publicado na Antologia "Entre o Sono e o Sonho" – Volume V da Chiado Editora
.