e Comercial de Bragança, hoje, Escola Abade de Baçal,
gostava das «coisas da Igreja».
Havia frequentado com empenho a Catequese, tendo sido
acólito na sua Paróquia.
Recebido o Sacramento do Crisma, o Francisco, jovem,
mas adulto na fé, continuava imparável nos seus estudos.
Contudo, no seu íntimo, a ideia dum maior comprometimento
com Jesus, esse Jesus que deixou a casa, a família, os bens
e a própria vontade, para fazer a vontade do Pai e se entre
gar a fazer bem aos que mais precisavam dele; esse Jesus
que evangelizou os pobres, acolheu e perdoou pecadores,
promoveu os marginalizados pela lei e pela sociedade,
começou a germinar e o seu “coração ardia-lhe no peito”
como aos discípulos de Emaús.
Era uma tarde cinzenta de Outono. O pai, a mãe e o
irmão mais novo estavam confortavelmente a ver televisão.
O Francisco decide-se e lança-lhes a pergunta: e se eu
fosse para o Seminário?
O pai, atónito, fez de conta que não ouviu. A mãe ficou
inquieta e ansiosa.
O irmão continuou a ver o filme.
O certo é que, no ano seguinte, o milagre aconteceu.
O Francisco entrou no Seminário, levando no coração a
concordância do pai, a saudade da mãe e o orgulho e
incentivo do irmão.
Aí chegado, cedo viu confirmada a ideia que tinha
do Seminário: o local privilegiado da formação dos futuros
padres, formação essa que abrange vertentes tão variadas
como a humana, cristã, espiritual, científica e pastoral;
cedo interiorizou que no dia a dia do Seminário se aprende
a viver em comunidade, se reza, se medita; que há activida
des lectivas, tempos de estudo, desporto e lazer como
teatro, música, visitas culturais etc.…
Perspicaz, e tendo conhecimento de que alguns dos
seus companheiros de aventura, não podiam suportar o
custo integral dos estudos por dificuldades financeiras das
suas famílias, o Francisco ficou a saber que o Seminário vive,
para além do contributo das famílias que podem, de
contributos de sacerdotes, leigos e de instituições; do
ofertório das paróquias em géneros e dinheiro na semana
dos Seminários; da constituição de bolsas de estudo a favor
dos mais carenciados.
Com o partilhar da sua história e do seu dia a dia,
quis o Francisco desassossegar as consciências, e alertar
todas as comunidades cristãs de que o Seminário precisa
do empenhamento e da participação de todos; que ajudar
com orações e materialmente o Seminário é urgente para
que os futuros pastores do povo de Deus não deixem de
receber a necessária formação, para que um dia possam
exercer em plenitude o seu múnus sacerdotal.
Todos os domingos, o Seminário retribui, oferecendo a
Eucaristia pelos seus benfeitores e amigos.
Sejamos sensíveis aos apelos do Francisco.
A partilha é uma forma de evangelizar.
Não deixemos de ajudar o nosso Seminário.
(Este Francisco imaginário partilha integralmente o ser
e o sentir do autor)