
É Natal. A magia e a utopia fundem-se e apoderam-se do nosso imaginário. Invadindo a nossa sensibilidade, fazem-nos sonhar com um mundo melhor em que a fome, a guerra e a miséria não tenham lugar.
Momentaneamente, o coração do homem, duro e empedernido, transforma-se. É capaz de olhar com amor o seu semelhante, de estender a mão a quem precisa, de se angustiar com a solidão e revoltar com a pobreza de tantos irmãos que sofrem na carne as agruras da vida.
São momentos fugazes de autenticidade. O homem desce do pedestal do seu egoísmo e auto-suficiência e torna-se verdadeiramente homem, preocupado com o seu semelhante.
Estes sentimentos de solidariedade humana são o trampolim ideal para a transcendência e o encontro com o divino.
Naquele Menino de Belém, nas circunstâncias de modo e tempo que envolveram o Seu nascimento, nos protagonistas do acontecimento, está explícita toda uma filosofia de vida.
A humildade, a fé, a dádiva, a busca incessante de Deus, são lições que emanam do Presépio, são ondas de choque que flagelam as falésias da nossa indiferença.
É Natal. O sonho e a fantasia, o real e o etéreo, são uma miscelânea que nos comove e faz reflectir.
Aproveitemos o impulso vital que a quadra natalícia propicia para “endireitar as nossas veredas” e arrepiar caminho, “ fazendo” Natal em todos os dias da nossa vida.